sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Aset e Iemanjá

Eu ofereço esse texto para Aset em seu aniversário


Iemanjá a esquerda e Oxum a direita



   Bem, ao que os meus estudos indicam, não há nenhuma correspondência histórica entre Iemanjá e a deusa Ísis, embora ambas tenham sua origem no continente africano. Nos dias de hoje, e no Brasil, nós podemos encontrar duas "Iemanjás": A africana (Candomblé) e a abrasileirada (Umbanda). A diferença entre essas duas Iemanjás se dá ao fato de a Umbanda ser uma religião de caráter cristão. Caso você tenha se interessado nesse assunto você pode ler esse texto que eu fiz "Iemanjá, a deusa Yorubá". Nesse texto de hoje irei me apegar apenas a Iemanjá da Umbanda, aquela simpática mulher de cabelos longos e negros, de pele bem clarinha e que usa um belo vestido azulado.
   Retomando, como eu disse, não há nenhum registro histórico que faça uma ligação entre as duas, mas eu quero destacar aqui a Adoração à Isis de Apuleius, em que ele narra que Ísis disse a ele que Ela era todas as deusas do mundo, se vocês lerem essa descrição feita por Apuleius verá que é muito parecida com a Iemanjá da Umbanda. Uma bela moça saindo do mar, com seu vestido e algo brilhante em sua testa (há quem diga estrela, há quem diga disco que parece uma lua)
   Na mitologia elas obviamente não fazem uma ligação direta por não serem do mesmo panteão, mas é interessante mostrar o quanto elas se assemelham em seus mitos em relação ao aspecto da maternidade. Quando se fala de filho de Aset, todos se lembram de Heru-sa-Aset, mas se esquecem que Yinepu também pode ser considerado filho de Ísis. Bem, na mitologia Yorubá, um Orixá chamado Omolú/Obaluayê, que foi gerado por Nanã. Com estudos você verá que Omolú/Obaluayê tem muito em comum com as características de Yinepu. Nanã, teve o seu filho, mas ele estava coberto de chagas! Então Nanã decidiu abandona-lo em uma praia para não vê-lo sofrer. Logo Iemanjá escuta o choro de uma criança e sai do mar para ver o que está ocorrendo, vendo a criança doente ela decide leva-lo para o mar para cuidar de suas chagas. Após ser cuidado por Iemanjá ele passa a se sentir como filho dela, e até hoje é um Orixá cultuado por suas curas e como senhor da morte também.
    Isso nos lembra muito quando Aset tomou Yinepu ainda criança e doente para trata-lo, não?! Bem, é interessante se aprofundar nesses mitos e tirar suas próprias conclusões.
    No lado espiritual nós podemos enxergar Aset e Iemanjá de formas bem parecidas. Ambas são mães da geração. Iemanjá é mãe amorosa e dedicada, mas também é a forte onda do mar que castiga o filho para que ele aprenda, tal como Aset faz com a gente as vezes. Essas duas deusas não suportam superficialidade, são muito vaidosas e tem uma pose de rainha.
  Bem gente, esse foi um texto bem corridinho, mas pretendo me estender no assunto. Espero que gostem e que também façam suas associações entre Ísis e outras deusas de culto.